segunda-feira, 24 de julho de 2017

Pedreiro cria cisterna para guardar água da chuva no Nordeste Invento deu novo rumo à história dos nordestinos que sofrem com a seca.


Pedreiro aposentado é admirado por moradores de muitas cidades da região.
Em Simão Dias, interior de Sergipe, divisa com o estado da Bahia, um pedreiro aposentado de quase 80 anos é admirado pelos moradores desta e de muitas outras cidades deste Nordeste castigado pela seca.
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Uma caneca d’água pode parecer banal. Mas para quem vive na região da seca, conseguir uma água boa, limpinha, podia custar um sacrifício enorme. Isso até que um sertanejo de nome Manoel, filho de vaqueiro, do interior do Sergipe, homem sem nenhum estudo, criou uma obra muito simples, mas que mudou para sempre a vida do povo do sertão: a cisterna. Hoje, esse tipo de reservatório pode ser encontrado em muitas casas por todo o Nordeste, e ele garante água para casa, para as pessoas e para criação.
E até onde a vista alcança, lá estão elas: as cisternas, pontilhando a paisagem. Dependendo do tamanho, podem armazenar até 60 mil litros de água nas temporadas de chuva.
A água que cai no telhado vai para a calha que que dá a volta na casa. Daí, pela tubulação, vai para o reservatório. No período da seca, basta bombear um pouco e pronto. Simples, né? Sim, até que alguém tivesse a ideia e fizesse.
E quem fez foi seu Manoel Apolônio de Carvalho, o inventor da cisterna de placas - placas de concreto.
Baiano de nascimento, mora há tempos em Simão Dias. Até hoje lembra bem da infância e da juventude, compartilhando com 10 irmãos as dificuldades de uma vida sem água em casa.

“Sofria muito com a falta d’água, eu mesmo sou testemunha disso. Eu carregava água num jumento nove quilômetros de minha casa. Quando era no outro dia meu irmão fazia rodízio. Minha mãe sofria tanto para dar banho na gente que a gente não tomava banho. Botava o couro de um boi lá ou uma esteira feita de junco e batia com a toalha com um pano em nossos pés no corpo para voar poeira para gente dormir, porque não existia água. Não podia gastar água pois fazia falta. Matar a sede era melhor do que tomar banho”, lembra seu Manoel.
Com 17 anos, seu Manoel tomou o mesmo rumo de tantos outros nordestinos que fogem da seca e da miséria: São Paulo. Analfabeto, só conseguiu emprego como auxiliar de pedreiro e foi trabalhar na construção da piscina de um clube. Foi quando viu, pela primeira vez na vida, um material que o impressionou muito: uma massa cinzenta que quando misturada com areia e água, em pouco tempo ficava dura como pedra. Era o cimento! Até aquele dia, seu Manoel só conhecia as casas do sertão, feitas com barro. O cimento foi uma descoberta.
Com tanta novidade, com tanta coisa que aprendeu, Manoel teve uma ideia: voltar para o sertão para construir uma piscina de cimento, não para tomar banho, mas para guardar a água da chuva e usar nos períodos de seca.




As cisternas de polietileno no Sertão do Nordeste
Nestas fotografias podemos ver algumas cisternas de plástico e o transporte das mesmas no Sertão do Nordeste. As fotografias foram obtidas em Comunidades de Pernambuco, Bahia, Piauí.




Embora o ano de 2012 tenha sido marcado por uma seca severa que afetou toda região semiárida do Nordeste, duas ações governamentais tiveram destaque neste ano. A primeira foi o alcance da meta de  implantação de meio milhão cisternas de placas em todo o semiárido coordenada pelo Programa Cisternas, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a segunda: o início da produção e distribuição das cisternas de plástico pelo  Ministério da Integração Nacional, com objetivo de instalar 300 mil cisternas de polietileno e 450 mil de placas de cimento até 2014. Até o final de 2012 já haviam sido instaladas 17,8 mil cisternas de polietileno no Semiárido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Embora algumas organizações sociais tenham feito severas críticas ao programa das cisternas de plástico, apenas 134 apresentaram deformações ou irregularidades de fabricação. Entre os argumentos dos críticos o mais forte é que  o governo federal vai investir R$ 1,5 bilhão na instalação de 300 mil cisternas de plástico, enquanto que esse valor gasto pelo governo corresponde a mais que o dobro do que a ASA ( Articulação no Semiárido ) gastou para construir 500 mil cisternas de placas no Semiárido até o momento. A discussão básica é que cada cisterna de plástico custa aos cofres públicos R$ 5 mil e a cisterna de placa custa R$ 2.080,00. Por outro lado, as controversas sobre a eficiência e resistência das cisternas de plástico na região semiárida do Nordeste não se sobrepõe a capacidade e o alcance que o Programa Água Para Todos do Brasil Sem miséria vem desenvolvendo. Segundo o Relatório do Tribunal de Contas da União, os problemas apresentados pelas cisternas de placas, tais como, vazamentos, contaminação da água e mau funcionamento das bombas, tem comprometido o êxito deste programa. Contudo, o grande avanço alcançado pelo Programa Água Para Todos é o acesso à água para o consumo pelas famílias que até então não tinham sido atendidas pelo P1MC nesses últimos 10 anos. Com a agilidade que o programa vem atuando, as 750 mil famílias rurais sem acesso a água de consumo será atendida até 2013. Uma das características marcante é que as famílias não ficam mais a mercê das políticas locais manipuladas pelas lideranças que escolhia quem e quando receberia uma cisterna. Hoje já é possível ver cisternas em residências recém-construídas. A pergunta que nos preocupa é se teremos carros-pipas para abastecer todas essas cisternas, visto que, a distribuição de água pelos carros-pipas em 2012 não foi suficiente para atender as necessidades dos agricultores nas mais diversas áreas dos sertões nordestinos.
Postado por Nilton de Brito Cavalcanti às 11:54
Reações:



Um comentário:

João Doido,Umarizal-RN disse...
Enquanto esse país não priorizar a "educação de qualidade", veremos ações como estas pouco resultados apresentar.O que tenho visto de cisternas sem condições de uso devido a má conservação é de dar revolta.

Fonte - 1ª Reportagem:http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/06/pedreiro-cria-cisterna-para-guardar-agua-da-chuva-no-nordeste.html

Fonte - 2ª Reportagem:http://fatosefotosdacaatinga.blogspot.com.br/2013/01/as-cisternas-de-polietileno-no-sertao.html

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